Atendimento Multidisciplinar para Pessoas com Doenças Autoimunes no SUS: Importância e Desafios

Atendimento Multidisciplinar para Pessoas com Doenças Autoimunes no SUS: Importância e Desafios

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o sistema público de saúde do Brasil, criado pela Constituição Federal de 1988. Ele foi instituído para garantir acesso integral, universal e gratuito à saúde para toda a população do país, sendo financiado com recursos do governo federal, estadual e municipal.

Ele atende a todos os cidadãos brasileiros, incluindo estrangeiros em território nacional, oferecendo uma ampla gama de serviços de saúde, desde atendimento básico até procedimentos de alta complexidade.

As diretrizes do SUS incluem a universalidade (atendimento a todos, sem discriminação), a integralidade (garantia de acesso a todos os serviços necessários), a equidade (atendimento conforme as necessidades de cada pessoa) e a participação da comunidade na gestão e no controle social das políticas de saúde.

O SUS é reconhecido por sua abordagem abrangente e inclusiva à saúde, contando com atendimento multidisciplinar para pessoas com diversas condições, como por exemplo, as doenças autoimunes. 

O que são doenças autoimunes?

As doenças autoimunes são um grupo de doenças caracterizadas por uma desregulação do sistema imunológico, no qual o corpo ataca tecidos saudáveis por engano. Em condições normais, o sistema imunológico protege o corpo contra substâncias estranhas, como bactérias e vírus, mas nas doenças autoimunes, ele ataca células, tecidos e órgãos saudáveis.

Existem mais de 80 tipos diferentes de doenças autoimunes, e algumas das mais comuns incluem artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite psoriásica, síndrome de Sjögren e doença de Hashimoto (tireoidite autoimune). Essas doenças podem afetar praticamente qualquer parte do corpo e apresentar uma ampla variedade de sintomas, que podem ser leves a graves e até mesmo fatais, dependendo da doença e da gravidade.

As causas exatas das doenças autoimunes ainda não são completamente compreendidas, mas acredita-se que envolvam uma combinação de fatores genéticos, ambientais e hormonais. O tratamento das doenças autoimunes geralmente envolve o uso de medicamentos para suprimir a resposta imunológica e reduzir a inflamação, além de terapias para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Atuação do SUS

O atendimento multidisciplinar é essencial para pessoas com doenças autoimunes, pois essas condições frequentemente afetam múltiplos sistemas do corpo e requerem uma abordagem holística para o tratamento e o manejo dos sintomas. 

O SUS oferece uma variedade de serviços e profissionais de saúde que podem auxiliar no cuidado desses pacientes, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais.

Um dos principais benefícios do atendimento multidisciplinar é a capacidade de oferecer uma abordagem integrada ao cuidado do paciente, levando em consideração não apenas os aspectos médicos da doença, mas também os aspectos emocionais, sociais e funcionais.

Por exemplo, um paciente com lúpus pode se beneficiar de consultas regulares com um reumatologista para monitorar a atividade da doença e ajustar o tratamento, ao mesmo tempo em que recebe apoio de um psicólogo para lidar com o impacto emocional da doença e de um fisioterapeuta para ajudar a manter a mobilidade e a função física.

Além disso, o atendimento multidisciplinar pode ajudar a melhorar a adesão ao tratamento e o autocuidado, fornecendo suporte e educação contínuos ao paciente e à família. Por exemplo, um nutricionista pode orientar sobre uma dieta saudável que ajude a controlar a inflamação, enquanto um assistente social pode ajudar a acessar recursos e benefícios disponíveis para pessoas com doenças crônicas.

Um desafio é a falta de conscientização e de educação sobre as doenças autoimunes, tanto entre os profissionais de saúde quanto entre a população em geral. Isso pode levar a atrasos no diagnóstico e no tratamento, bem como a estigma e preconceito em relação às pessoas com essas condições.

Para superar esse e outros desafios, são necessárias medidas para fortalecer e expandir os serviços de atendimento multidisciplinar no SUS. Isso inclui investimentos em infraestrutura e recursos humanos, bem como iniciativas de educação e conscientização sobre as doenças autoimunes. 

Em resumo, o atendimento multidisciplinar é fundamental para o manejo eficaz das doenças autoimunes no SUS, proporcionando uma abordagem holística ao cuidado do paciente. Apesar dos desafios, investir nesse tipo de abordagem pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas com doenças autoimunes e reduzir a carga dessas condições sobre o sistema de saúde como um todo.

Como ter acesso a tratamento para doenças autoimunes pelo SUS?

Para ter acesso ao tratamento para doenças autoimunes pelo SUS, é necessário seguir alguns passos:

  •  Consulta com um médico: O primeiro passo é procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para fazer uma avaliação e diagnóstico da doença autoimune.
  • Encaminhamento para especialista: Dependendo da doença, o médico pode encaminhar o paciente para um especialista, como um reumatologista, endocrinologista ou dermatologista, por exemplo.
  • Exames e diagnóstico: O paciente pode ser solicitado a fazer exames para confirmar o diagnóstico da doença autoimune.
  • Cadastro no SUS: Caso o paciente ainda não tenha, é necessário fazer o cadastro no SUS para ter acesso aos serviços de saúde.
  • Agendamento de consultas e tratamento: Com o diagnóstico confirmado e o encaminhamento para o tratamento, o paciente deve agendar consultas, exames e procedimentos pelo sistema de agendamento do SUS.
  • Retirada de medicamentos: Em muitos casos, os medicamentos para o tratamento das doenças autoimunes são disponibilizados gratuitamente nas unidades de saúde ou farmácias populares.

É importante ressaltar que o acesso ao tratamento pelo SUS pode variar de acordo com a região e a disponibilidade de recursos em cada localidade. Por isso, é fundamental buscar informações nas unidades de saúde locais e seguir as orientações dos profissionais de saúde.

 

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