Descobri que tenho Fibromialgia. E agora?

fibromialgia

A Fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que afeta aproximadamente  2,5% da população mundial. Já no Brasil, estima-se que atinja de 2% a 3% das pessoas. É mais comum a ocorrência em mulheres do que em homens e surge na faixa etária entre 30 e 55 anos, podendo afetar também pessoas mais jovens ou mais idosas. 

Continue a leitura para compreender melhor sobre os sintomas, as causas e o como tratar a Fibromialgia!

O que é Fibromialgia? 

A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica musculoesquelética difusa não inflamatória. É a causa mais comum de dor musculoesquelética crônica generalizada.  

É considerada um distúrbio da regulação da dor, muitas vezes classificada como uma forma de sensibilização central. 

Quais são os Sintomas da Fibromialgia?

A fibromialgia (FM) é uma condição marcada por dor musculoesquelética crônica, que persiste por mais de três meses, mas não demonstra sinais de inflamação nas áreas doloridas. 

Outros sintomas característicos são relacionados ao sono e ao humor. Insônia e despertares frequentes durante a noite podem ocorrer. Além disso, é comum o paciente acordar com a sensação que não descansou, mesmo dormindo por várias horas, o chamado sono não reparador.

A estimativa é de que 50% dos pacientes de fibromialgia possuem também depressão. Uma condição retroalimenta a outra, potencializando os sintomas, sendo necessário o tratamento adequado de ambas. Distúrbios de ansiedade também são muito frequentes e podem contribuir para a piora dos sintomas. 

Além disso, a fadiga, física ou mental, é muito prevalente nessa condição. Frequentemente, os pacientes também queixam de dificuldades em relação à concentração e memória.

Outros distúrbios regionais de dor podem estar presentes, como a dor de cabeça e a dor abdominal e pélvica. 

Ao exame físico, há uma hipersensibilidade ao toque e à compressão em pontos do corpo, mesmo que leves. 

Causas e Fatores de Risco

A fisiopatologia da doença ainda não é totalmente esclarecida. Mas já existem algumas evidências, indícios e hipóteses do porquê essa doença ocorre. É importante deixar claro que a fibromialgia não é uma doença autoimune. 

Existe um componente genético no risco de desenvolvimento da doença. Familiares de pacientes com FM, principalmente de primeiro grau, têm um risco aproximadamente 8 vezes maior de desenvolver a síndrome. 

Além disso, fatores relacionados à regulação da dor do sistema nervoso periférico e central também parecem contribuir para o surgimento da doença. Regiões do cérebro passam a interpretar os estímulos de forma exagerada, levando o paciente a sentir dor quando não deveria, ou então sentir muito mais dor do que era esperado.

Casos de FM iniciados após infecções, como a por coronavírus, também levantaram a hipótese da doença ser desencadeada após quadros virais. Traumas físicos ou psicológicos também são hipóteses de possíveis gatilhos para o surgimento da FM. 

Desvendando o tratamento de fibromialgia

O tratamento deve ser individualizado de acordo com a intensidade dos sintomas e com as principais manifestações associadas à dor.

Atualmente, com boa adesão ao tratamento, é possível que o paciente fique sem dor ou com a dor em um nível muito baixo, sem comprometimento da qualidade de vida. Existem 4 pilares no tratamento da fibromialgia: educação do paciente, atividade física regular, acompanhamento psicológico e medicamentos. 

Educação do paciente

O médico precisa explicar ao paciente sobre o que é a fibromialgia, de forma que ele saiba compreender o porquê dos sintomas e crie estratégias de autogestão. 

Atividade física regular 

É comprovado que se exercitar tem grande influência na melhora da dor, do humor, da fadiga e da qualidade de vida dos pacientes de fibromialgia e é uma aliada crucial para a melhora do paciente. Exercícios aeróbicos são os mais indicados, mas qualquer tipo de atividade física é benéfica e deve ser estimulada.

Acompanhamento psicológico  

A Terapia Cognitiva Comportamental é uma abordagem da psicologia que tem grande enfoque em entender e modificar comportamentos e emoções disfuncionais, no pensamento e na forma como o paciente interpreta o mundo. 

Com isso, essa abordagem pode beneficiar pacientes com fibromialgia a entender e interpretar melhor suas atitudes frente à dor e outros sintomas, lidando de uma forma mais eficaz.

Medicamentos 

A escolha do medicamento vai depender dos principais sintomas apresentados pelo paciente, logo, o tratamento é individualizado e envolve decisão compartilhada. O arsenal terapêutico envolve antidepressivos e anticonvulsivantes que ajudam na modulação da dor. 

Existe cura para a Fibromialgia?

A FM é uma condição crônica ainda sem cura, e que, apesar de causar uma dor real e intensa, não é uma doença progressiva, não é fatal e não causa danos às articulações, aos músculos ou aos órgãos internos.

Além disso, a adesão aos 4 pilares do tratamento é fundamental para um bom controle da doença e remissão dos sintomas. É possível ter FM e viver com qualidade de vida. 

 

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