As doenças reumáticas, que incluem condições como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e espondilite anquilosante, estão associadas a um risco aumentado de osteoporose e fraturas. Essa relação complexa envolve vários fatores, incluindo a inflamação crônica caracterÃstica dessas doenças, o uso de medicamentos como corticosteroides e a redução da atividade fÃsica devido à dor e à limitação das articulações.
A inflamação crônica observada em muitas doenças reumáticas desempenha um papel fundamental na patogênese da osteoporose. A ativação de células do sistema imunológico, como os linfócitos T e as citocinas pró-inflamatórias, pode levar à ativação dos osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea, e à inibição da atividade dos osteoblastos, células responsáveis pela formação óssea. Isso resulta em um desequilÃbrio no processo de remodelação óssea, levando à perda lÃquida de massa óssea e à fragilidade óssea. Continue lendo para saber mais.
Corticosteróides
O uso prolongado de corticosteróides, muitas vezes necessário para controlar a atividade da doença reumática, também está associado a um maior risco de osteoporose e fraturas. Esse medicamento pode afetar negativamente a densidade mineral óssea, inibindo a formação óssea e aumentando a reabsorção óssea.Â
Além disso, esses medicamentos podem reduzir a absorção intestinal de cálcio e aumentar a excreção renal de cálcio, contribuindo para a perda óssea.
A redução da mobilidade devido à dor e à rigidez das articulações é outra preocupação em pacientes com doenças reumáticas. A falta de atividade fÃsica pode levar à perda óssea e à diminuição da massa muscular, aumentando o risco de quedas e fraturas. A dor crônica também pode limitar a capacidade do paciente de se engajar em atividades fÃsicas, exacerbando ainda mais esses problemas.
Para prevenir a osteoporose e reduzir o risco de fraturas em pacientes com doenças reumáticas, é essencial adotar uma abordagem abrangente que inclua o controle da atividade da doença, a otimização da saúde óssea e a promoção da saúde geral.
O controle da atividade da doença pode ser alcançado com o uso de medicamentos imunossupressores, como os inibidores do fator de necrose tumoral (TNF), que ajudam a reduzir a inflamação e a prevenir a progressão da doença. No entanto, é importante monitorar de perto os efeitos colaterais desses medicamentos, incluindo o risco de infecções.
Prevenção
A suplementação com cálcio e vitamina D é fundamental para manter a saúde óssea em pacientes com doenças reumáticas. A ingestão adequada desses nutrientes pode ajudar a reduzir o risco de perda óssea e fraturas.Â
É importante que os pacientes com doenças reumáticas sejam orientados sobre a importância de uma dieta equilibrada e da exposição adequada à luz solar para garantir nÃveis adequados de vitamina D.
A prática regular de exercÃcios de fortalecimento muscular e de equilÃbrio também é essencial para melhorar a saúde óssea e reduzir o risco de quedas e fraturas em pacientes com doenças reumáticas.Â
Os exercÃcios devem ser adaptados à s necessidades individuais e limitações fÃsicas de cada paciente, e é importante que sejam realizados sob a supervisão de um profissional de saúde qualificado.
Além disso, medidas para reduzir o risco de quedas, como a eliminação de obstáculos em casa, o uso de calçados adequados e a avaliação da visão, também são importantes para prevenir fraturas em pacientes com doenças reumáticas.
Em resumo, pacientes com doenças reumáticas têm um risco aumentado de osteoporose e fraturas devido a fatores como inflamação crônica, uso de corticosteróides e redução da mobilidade. No entanto, medidas como controle da atividade da doença, suplementação adequada de cálcio e vitamina D, exercÃcios fÃsicos e medidas para reduzir o risco de quedas podem ajudar a prevenir essas complicações e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.